Lixo plástico da África veio parar no Brasil: tampinhas de refrigerante e água mineral vendidos em sete países africanos. Eles foram achados em destinos turísticos famosos do Brasil como Jericoacoara e Fernando de Noronha.
O material estava na areia das praias e foi coletado por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará. Eles acharam resíduos de 31 produtos diferentes em dois meses de coleta. A maior parte deles era tampinhas do refrigerante Festa, do suco Zest e da água mineral Swissta. Todas essas são bebidas feitas e comercializadas na República Democrática do Congo. E como esse material vem parar no Brasil?
Bom, o que se sabe até agora é que as correntes do Atlântico Sul favorecem o deslocamento deles para a costa brasileira, sobretudo para o Nordeste.
“As correntes oceânicas são responsáveis pelo transporte de plásticos flutuantes que, de acordo com a sazonalidade, podem ser até incentivadas pelas ações dos ventos”, afirma Tommaso Giarrizzo, pesquisador do Labomar da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Os pesquisadores querem descobrir agora por que esse material chegou aqui. Ou seja, se foi descarte irregular dos consumidores ou das próprias fabricantes. Cerca de 85% do lixo marinho hoje é feito de plástico. É como se quase dois caminhões de lixo fossem despejados por minuto nos oceanos.
“O nosso trabalho é um pouco uma provocação. No sentido que não podemos nos preocupar somente com o nosso quintal. A gente tem que se preocupar com os estados ao lado, tem que se preocupar com os países ao lado, porque o problema do lixo marinho é um problema global”, acrescenta Tommaso Giarrizzo.