Ele explica que há diversos motivos para que estas embalagens não sejam reaproveitadas. Em geral, elas acabam se tornando rejeitos porque não são projetadas para a reciclagem. Muitas delas contam com diversas camadas e excesso de tinta, por exemplo, que dificultam o processo. O descarte nem sempre é feito de forma correta. E, por serem muito leves, nas cooperativas, não costumam ter valor de venda para os catadores.
Com destinação correta, embalagens flexíveis, como de biscoitos e picolés, depois de trituradas, podem virar um tipo de resina que é usada para a fabricação de madeira plástica. A Cargill, por exemplo, utilizou esta madeira para produzir lixeiras. Outras marcas usam a resina para displays, casinhas de cachorro, tapumes ecológicos, entre outros. Já a Danone transformou seus copinhos de iogurte em crachás.
A Yattó trabalha com cerca de 30 grandes marcas como Nestlé, Mars, Danone, Cargill, Pepsico, Ajinimoto e Melitta. Somente em 2023, a startup garantiu o reaproveitamento de mais de 10 toneladas de cápsulas de café, 30 toneladas de poliestireno (copinhos de iogurte) e 670 toneladas de embalagens plásticas flexíveis. Desde 2021, já foram desviadas dos aterros mais de 1 bilhão de embalagens, que foram recicladas e transformadas.
Com uma rede de quase 50 cooperativas de catadores cadastradas, em 4 Estados diferentes, a empresa conta com um sistema capaz de fazer a rastreabilidade em tempo real (em que é possível acompanhar a destinação de todos os materiais coletados), o que garante que o ciclo venha de uma cadeia ética. “Podemos contar a história de cada embalagem”, diz Lopes.
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